Polícia Federal na ALEPE

Matéria: 30/07/2020 

Conversas em aplicativo de mensagem ajudaram PF a investigar crimes na Alepe

As investigações no âmbito da Operação Casa de Papel, deflagrada em junho pela  Polícia Federal (PF), levaram aos indícios que culminaram na Operação Coffee Break, deflagrada pela PF nesta quinta-feira (30). Os policiais buscaram evidências em conversas no WhatsApp de pessoas ligadas ao empresário Sebastião Figueiroa, ligado a papelaria,  material de escritório e informática, com comissionados na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), incluindo a Superintendente Geral da Casa, Maria do Socorro Christiane Vasconcelos Pontual.
O outro funcionário investigado pela PF é João Pedro Ferreira Belo Daumas, membro da comissão de pregoeiros da Superintendência de Planejamento e Gestão (Suplag) da Alepe. Ele é o responsável pelo pagamento de fornecedores da Casa. De acordo com a PF, as empresas de Sebastião Figueiroa receberam, ao longo de 10 anos, mais de R$ 40 milhões da Alepe. A PF informou que a companheira, cunhados e sobrinhos do empresário trabalham em gabinetes de três parlamentares como comissionados.
A polícia classifica o grupo de Sebastião Figueiroa como organização criminosa. Segundo as investigações, membros da organização estavam em poder de cartões de abastecimento de viaturas da Alepe durante as buscas, apesar de não terem vínculos com a Casa Legislativa. A PF também aponta que Figueiroa tem “muitos contatos” com servidores da Alepe.
A Polícia Federal acredita que João Pedro e Maria do Socorro, conhecida como “Cris”, facilitaram a contratação de empresas de Figueiroa para fornecimento de material para a Alepe. A polícia analisou conversas entre Sebastião Figueiroa e João Pedro Daumas. De acordo com as investigações, o teor das mensagens indica que o empresário dava ordens a João Pedro sobre o que fazer e tinha os contratos antecipadamente assinados com a Alepe com o favorecimento de João.
A conversa divulgada pela PF indica que João atuou no pagamento de R$ 54.511,93 à empresa Racs Comércio e Serviços de Informática Ltda, apontada pela PF como pertencente à Figueiroa no nome de laranjas. As conversas ocorreram um dia antes de Figueiroa ser alvo da Operação Casa de Papel, em junho deste ano.
Segundo a PF, no dia 12 de junho, Cris mandou, por mensagem no WhatsApp, para Figueiroa o endereço de sua residência. O empresário repassou o mesmo endereço para um motoqueiro. A PF cumpriu 10 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (30), sendo seis de pessoas físicas, e quatro de pessoas jurídicas. 
João Pedro foi afastado temporariamente se seu serviço por ordem da Justiça. Ele e Sebastião Figueiroa foram indiciados pela prática dos crimes de corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação. As mensagens analisadas pela PF podem ser lidas na apresentação abaixo:
Contratos da Alepe com empresa investigada
De acordo com o site da Alepe, em sua seção de Transparência, a empresa Racs tem pelo menos dois contratos vigentes com a Alepe em 2020. Um deles foi firmado em janeiro de 2020 e vale até o dia 5 de janeiro de 2021, especificado como “Contratação de empresa especializada na confecção de placas, troféus e brindes, para eventos realizados pela ALEPE”, e foi fechado em R$ 316.349,00. 
O outro, especificado como “Contratação de empresa especializada visando à transferência e tratamento intelectual de documentos salvaguardados no arquivo geral da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco”, foi firmado em R$ 1.749.999,96 entre 2016 e 2017, e em seguida teve um termo aditivo em dezembro de 2019, válido até agosto de 2020, firmado em R$ 573.809,80.
Considerações: 
Vamos aguardar o desfecho desse escândalo, infelizmente a corrupção no nosso Brasil é muito grande.